Beijos e, talvez, até nunca mais! Quem sabe? Isso aqui na verdade foi abandonado já há muito tempo! ;¬]
Blog do Vetyemy na Holanda
Provavelmente nada neste blog vai te interessar... Ele só foi criado pros meus poderem saber do meu dia-a-dia por aqui!
3 de maio de 2015
Palestra sobre o MEC na T.U.Delft um ano depois.
Só pq passei por aqui meio por acaso e percebi que tinha prometido algo que nunca cumpri. Segue agora então o link do video da palestra que dei na T.U.Delft que dei acho que mais de um ano atrás!:
Beijos e, talvez, até nunca mais! Quem sabe? Isso aqui na verdade foi abandonado já há muito tempo! ;¬]
Beijos e, talvez, até nunca mais! Quem sabe? Isso aqui na verdade foi abandonado já há muito tempo! ;¬]
29 de setembro de 2013
VIAGEM DE ESTUDOS À HOLANDA: TRADIÇÃO E VANGUARDA
E finalmente, já sete meses depois de ter voltado ao Brasil, vou pela primeira vez escrever algo por aqui de novo! Isso depois de já ter voltado à Holanda a trabalho duas vezes nesse ínterim! Depois de chegar no Brasil em fevereiro, já dando aula NO DIA SEGUINTE à minha chegada, e de ter reaberto - um pouquinho mais lentamente! - o meu escritório, viajei em início julho pra Holanda pra dar uma palestra sobre arquitetura brasileira na TU Delft (matar saudades com tudo pago é a melhor coisa do mundo!) Um dia desses eu posto a palestra por aqui, foi toda filmada e legendas em português estão sendo providenciadas. Aqui à direita o cartaz do evento:
Mas depois disso, ainda em julho (pq eu sou muito chique e fico cruzando o oceano pra lá e pra ca 3 vezes no mesmo mês!), voltei para cuidar da viagem de estudos com os estudantes que sempre organizei quando morava na Holanda e continuo organizando. E é por causa dessa viagem, na verdade, que eu estou escrevendo esse post. Pq estão abertas as vagas pra versão de janeiro de 2014 e a viagem é imperdível! Ela é voltada não só para estudantes de arquitetura, mas pra qualquer amante do tema. Visitamos 5 cidades (Amsterdam, Rotterdam, Haia, Delft e Utrecht), com acompanhamento sempre meu e de um arquiteto-guia local em cada cidade. No programa estão visitas guiadas a duas faculdades de arquitetura (TU Delft e Uv Utrecht), dois escritórios (MvRdV e Mecanoo), vários museus e incontáveis edifícios incríveis de arquitetos e escritórios como Rietveld, Rem Koolhas (OMA), Zaha Hadid, Norman Foster, Álvaro Siza, Renzo Piano, MvRdV, Mecanoo, Kas Oosterhuis, UnStudio, Berlage, Jo Coenen, KCap, MVSA, etc etc etc... Ah! E ficamos hospedados em um albergue em Roterdam DENTRO das Casas Cubo, do Piet Blom! Seguem algumas imagens do material de divulgação, mas entender mesmo a viagem, vc só vai quando entrar no grupo do facebook e ler os depoimentos apaixonados dos estudantes que já foram, ver filminhos de versões anteriores, etc etc etc! De dar água na boca! Então, se estiver interessado e quiser receber mais informações, escreve pra mim (igor@igordevetyemy.com.br) ou pra Nara, na agência (atendimento@magistour.com.br) rapidinho pq as vagas são limitadas e inscrições só estão abertas até novembro! Beijos, abraços e vejo vcs na Holanda em 14 de janeiro de 2014! =)
22 de dezembro de 2011
Prettige kerstdagen en Feliz ano novo!!!
Feliz natal e um "Gelukkig Nieuwjaar"!
(Pra assistir em tela cheia, clicando aqui em cima ^)
11 meses depois... Noivado, emprego, mestrado e livro publicado!
O título não rimou de propósito, mas como fica difícil resumir tudo o que aconteceu nos 11 meses desde que fiz meu último post por aqui em uma linha! Daria pra ter nascido uma criança, mas calma, isso ainda não aconteceu! Hehehe!
Vou tentar resumir muito rapidamente, porque tanta coisa aconteceu que fiquei absolutamente impossibilitado de parar pra escrever qualquer coisa por aqui! Pra começar, um mês depois de escrever meu último post fomos ao Brasil rapidamente, para passar os 15 dias mais intensos que se pode imaginar. Minha viagem já estava planejada quando a coisa por aqui começou a ficar mais séria e o Arno acabou resolvendo ir junto tornando a viagem ainda mais deliciosa! Um mix de saudades pra matar, Rio de Janeiro pra mostrar, família pra apresentar, aniversário de 30 anos pra comemorar com alguns churrascos intimistas e alguma tentativa de relaxar ao menos um pouquinho. Uma recarga de energia maravilhosa no verão do Rio interrompendo aquele que foi o inverno mais rígido da história da Holanda, com muita neve e menos 15 graus por aqui.
De volta à minha nova casa, mergulhei novamente de cabeça no proveitoso primeiro ano do meu mestrado, produzindo mais algumas pérolas que vou guardar com carinho da minha época de "The Why Factory"... Já escrevi sobre esse departamento, onde acabei passando dois semestres e tive um contato maravilhoso com o Winy Maas e o MvRdV, então quem quiser entender mais sobre o trabalho deles pode ler nos posts anteriores, mas basicamente é um departamento que o escritório conduz na T.U.Delft cujo objetivo é criar "visualizações" de possíveis futuros para entender quais demandas a arquitetura irá criar em termos de tecnologia, numa tentativa de reverter o atual processo, onde a arquitetura costuma responder a novas tecnologias.
No primeiro semestre depois que escrevi pela última vez, a idéia do estúdio principal era imaginar uma cidade "anárquica", onde não existisse qualquer lei, governo ou autoridade instituída. Com isso, depois de passarmos a primeira metade estudando o que exatamente significaria uma sociedade anárquica, o estúdio se realizou da seguinte forma: Pegamos uma área de 10km X 10km, com 1 km de altura. No primeiro encontro, cada um dos 25 participantes deveria criar abrigo para um habitante, explicando a relação do projeto com a idéia de anarquia e justificando como aquele habitante conseguiria 3 recursos básicos: água, comida e energia, já que não existiria governo ou qq colectividade para fornecer esses recursos. A cada encontro semanal, cada um teria que criar essas mesmas coisa pra 10 vezes mais habitantes: 2a semana 10, 3a semana 100, 4a 1000 e assim foi até cada um cuidar de um milhão de habitantes, resultando numa cidade anárquica com 25 milhões de pessoas dentro daquela área, o que significa uma densidade incrível, já que nos estudos vimos que a tarefa seria muito mais complicada com altadensidade - e como já deu pra perceber, a Why Factory gosta de complicar! Hehehe! Mas claro, isso torna os resultados muito interessantes!
No final das contas o resultado desse estúdio foram vídeos com cada proposta, que estão na internet, usada o tempo todo para negociações de recursos e parcerias que deveriam colocar em prática a livre associação inerente à idéia de anarquia. Os vídeos serão também exibidos na Bienal de Arquitetura de Rotterdam de 2012! Eu acabei me envolvendo demais com o estúdio e no fim criei também o vídeo de introdução que explica todo o contexto e costura todos os vídeos. O link para esse vídeo de introdução é:
http://www.youtube.com/watch?v=5Ga64gD9nNc
O link para o vídeo final do meu grupo (acabei me associando a 2 pessoas incríveis na 3a semana e ficando com eles até o final, o Guatemalteco Ignacio e a Iraniana Saba) é:
http://www.youtube.com/watch?v=l4-kHKUhpA8
Além disso nesse semestre, bem como no passado, o estúdio foi interrompido no meio para um workshop de uma semana, cujo tema, dessa vez, era a arquitetura de "copy/paste", cada vez mais utilizada em concursos de curta duração, assim como em qualquer área atualmente... A idéia era pegar o briefing de um concurso real (acabou sendo um concurso russo para um monumento de escala arquitetônica que deveria ditar o desenvolvimento futuro da cidade) e criar projetos em uma semana sem usar qualquer ferramenta de design como Autocad, usando apenas Photoshop, a partir de imagens de outros projetos (e objetos e pessoas, e etc) catalogados nos primeiros 3 dias pelo grupo. O resultado deveria ser um tutorial de como usar a "técnica" do copy/paste e nosso aproach irônico fez um grande sucesso! No midterm eles gostaram tanto que acabaram pedindo pra todos os outros grupos literalmente usarem a técnica do "copy/paste" pra copiar a nossa idéia e o formato do nosso vídeo, com uma voz mecância criada pelo google translator em idéia que tive na noite anterior à apresentação, virando aquela última noite pra fazer. Acabou que esse formato virou moda na Why Factory, como disse o Winy, que disse que viu os vídeos fazendo sucesso na China e na semana seguinte, em outra viagem nos EUA. Acabou que foi o formato de todos os cursos seguintes lá, pelo menos todos os que eu vi ou fiz (incluindo o da anarquia que mostrei acima, já com vozes de websites que são criados especificamente para narração). Enfim, o link pra esse vídeo do midterm é esse:
http://www.youtube.com/watch?v=-AZFrSRUPu4
Esse vídeo foi a minha parte até aí no estúdio, enquanto as meninas (a "Honkie" Julia Mok e a holandesa Ellemieke van Vliet, duas das minhas melhores amigas por aqui) estavam trabalhando em uma outra opção pro nosso grupo. No final das contas nos juntamos criando um vídeo com uma história mais forte por trás, mas que eu não gostei tanto quanto esse, então acabei nem botando no youtube o nosso vídeo final, mas tivemos que criar tb 10 imagens estáticas pra apresentação final e aqui vão elas:
No fim das contas esse curso foi muito bom pra me deixar mais íntimo do Photoshop, uma ferramente que adoro e tenho usado cada vez mais. Um exemplo disso é um concurso no Brasil para a nova sede do IAB de Palmas, que entrei assim que acabou o semestre com a Juliana Canedo, e o Victor Andrade, dois grandes amigos, mais alguns amigos apresentados por eles em nossas reuniões via skype (O Victor tb estava longe, pois mora na Dinamarca, onde leciona ha alguns anos na Universidade de Alborg). Como o tempo era bem curto, usamos o máximo que pudemos pra conceber o projeto em si e as imagens finais foram criadas em 3 ou 4 dias, a partir de renders bem básicos, volumétricos que a Juliana fez com 3d StudioMax (eu tb fiz uma pequena parte em SketchUp) com um trabalho pesado de photoshop na pós produção, pra qual fiquei umas duas noites sem dormir, mas trabalhando feliz com o processo de montagem em photoshop. Embora não tenhamos ganho o concurso, gostei muito do resultado final do nosso projeto, bem como do processo de trabalhar com dois grandes amigos e outros novos amigos que fiz (Patricia Maya, Wagner Rufino e a Jacira Saavedra,que já conhecia, mas acabei tendo mais contato assim, com um oceano de distância!). O projeto completo pode ser visto no meu site (www.igordevetyemy.com.br), mas seguem já por aqui algumas imagens "antes e depois" do photoshop, só pra exemplificar esse processo que expliquei, onde uma imagem pode "ganhar vida":
(Detalhe: Pra criar as ruas de Palmas, com aquele traçado retilíneo, nessa última imagem, não pude pegar as ruas esburacadas e feias da cidade. Tive que aplicar imagens de Nova York tiradas do google earth e ajeitar as setas no chão pra endireitar o tráfico e mostrar o acesso ao nosso edifício!)
Bom, mas esse semestre fiz ainda duas outras matérias no mestrado que me renderam momentos muito agradáveis e resultados muito interessantes! Uma foi a tese de história que todos temos que escrever. Meu tema foi a nova geração de arquitetos brasileiros, a pedido de um professor que ajudei um bocado no semestre passado, corrigindo alguns nomes e informações da apresentação que ele faz semestralmente sobre arquitetura brasileira. Na verdade ainda estou escrevendo, pois a entrega dessa tese é apenas em outubro. Nela conto relativamente por alto a história da arquitetura brasileira e, a partir de um momento na história em que os personagens ainda estão vivos e atuantes, a tese se transforma numa espécie de diálogo com alguns deles aos quais tenho acesso (Como o Indio da Costa, com quem trabalhei tantos anos) para os quais mandei entrevistas que estão voltando aos poucos cheias de coisas interessantíssimas. Acabei me empolgando (como em tudo o que mergulho de cabeça!) e mandei entrevistas também para alguns dos melhores professores que já tive (como a Flávia de Faria e os colegas que tivemos quando demos aula juntos no Fundão) e, claro, para alguns dos arquitetos dessa "nova geração" da qual estou falando, como o próprio Victor e Juliana que citei anteriormente, alguns dos mais talentosos que conheço, ambos de reconhecido sucesso já nessa idade. No fim das contas a tese está saindo melhor do que a encomenda e aquele professor (Hans van Dijk, respeitadíssimo por aqui) já está falando na possibilidade de publicar por aqui depois como um livro, caso em que com certeza eu faria todo o esforço pra traduzir pra português pra ser publicado também aí pelo Brasil.
Vou tentar resumir muito rapidamente, porque tanta coisa aconteceu que fiquei absolutamente impossibilitado de parar pra escrever qualquer coisa por aqui! Pra começar, um mês depois de escrever meu último post fomos ao Brasil rapidamente, para passar os 15 dias mais intensos que se pode imaginar. Minha viagem já estava planejada quando a coisa por aqui começou a ficar mais séria e o Arno acabou resolvendo ir junto tornando a viagem ainda mais deliciosa! Um mix de saudades pra matar, Rio de Janeiro pra mostrar, família pra apresentar, aniversário de 30 anos pra comemorar com alguns churrascos intimistas e alguma tentativa de relaxar ao menos um pouquinho. Uma recarga de energia maravilhosa no verão do Rio interrompendo aquele que foi o inverno mais rígido da história da Holanda, com muita neve e menos 15 graus por aqui.
De volta à minha nova casa, mergulhei novamente de cabeça no proveitoso primeiro ano do meu mestrado, produzindo mais algumas pérolas que vou guardar com carinho da minha época de "The Why Factory"... Já escrevi sobre esse departamento, onde acabei passando dois semestres e tive um contato maravilhoso com o Winy Maas e o MvRdV, então quem quiser entender mais sobre o trabalho deles pode ler nos posts anteriores, mas basicamente é um departamento que o escritório conduz na T.U.Delft cujo objetivo é criar "visualizações" de possíveis futuros para entender quais demandas a arquitetura irá criar em termos de tecnologia, numa tentativa de reverter o atual processo, onde a arquitetura costuma responder a novas tecnologias.
No primeiro semestre depois que escrevi pela última vez, a idéia do estúdio principal era imaginar uma cidade "anárquica", onde não existisse qualquer lei, governo ou autoridade instituída. Com isso, depois de passarmos a primeira metade estudando o que exatamente significaria uma sociedade anárquica, o estúdio se realizou da seguinte forma: Pegamos uma área de 10km X 10km, com 1 km de altura. No primeiro encontro, cada um dos 25 participantes deveria criar abrigo para um habitante, explicando a relação do projeto com a idéia de anarquia e justificando como aquele habitante conseguiria 3 recursos básicos: água, comida e energia, já que não existiria governo ou qq colectividade para fornecer esses recursos. A cada encontro semanal, cada um teria que criar essas mesmas coisa pra 10 vezes mais habitantes: 2a semana 10, 3a semana 100, 4a 1000 e assim foi até cada um cuidar de um milhão de habitantes, resultando numa cidade anárquica com 25 milhões de pessoas dentro daquela área, o que significa uma densidade incrível, já que nos estudos vimos que a tarefa seria muito mais complicada com altadensidade - e como já deu pra perceber, a Why Factory gosta de complicar! Hehehe! Mas claro, isso torna os resultados muito interessantes!
No final das contas o resultado desse estúdio foram vídeos com cada proposta, que estão na internet, usada o tempo todo para negociações de recursos e parcerias que deveriam colocar em prática a livre associação inerente à idéia de anarquia. Os vídeos serão também exibidos na Bienal de Arquitetura de Rotterdam de 2012! Eu acabei me envolvendo demais com o estúdio e no fim criei também o vídeo de introdução que explica todo o contexto e costura todos os vídeos. O link para esse vídeo de introdução é:
http://www.youtube.com/watch?v=5Ga64gD9nNc
O link para o vídeo final do meu grupo (acabei me associando a 2 pessoas incríveis na 3a semana e ficando com eles até o final, o Guatemalteco Ignacio e a Iraniana Saba) é:
http://www.youtube.com/watch?v=l4-kHKUhpA8
Além disso nesse semestre, bem como no passado, o estúdio foi interrompido no meio para um workshop de uma semana, cujo tema, dessa vez, era a arquitetura de "copy/paste", cada vez mais utilizada em concursos de curta duração, assim como em qualquer área atualmente... A idéia era pegar o briefing de um concurso real (acabou sendo um concurso russo para um monumento de escala arquitetônica que deveria ditar o desenvolvimento futuro da cidade) e criar projetos em uma semana sem usar qualquer ferramenta de design como Autocad, usando apenas Photoshop, a partir de imagens de outros projetos (e objetos e pessoas, e etc) catalogados nos primeiros 3 dias pelo grupo. O resultado deveria ser um tutorial de como usar a "técnica" do copy/paste e nosso aproach irônico fez um grande sucesso! No midterm eles gostaram tanto que acabaram pedindo pra todos os outros grupos literalmente usarem a técnica do "copy/paste" pra copiar a nossa idéia e o formato do nosso vídeo, com uma voz mecância criada pelo google translator em idéia que tive na noite anterior à apresentação, virando aquela última noite pra fazer. Acabou que esse formato virou moda na Why Factory, como disse o Winy, que disse que viu os vídeos fazendo sucesso na China e na semana seguinte, em outra viagem nos EUA. Acabou que foi o formato de todos os cursos seguintes lá, pelo menos todos os que eu vi ou fiz (incluindo o da anarquia que mostrei acima, já com vozes de websites que são criados especificamente para narração). Enfim, o link pra esse vídeo do midterm é esse:
http://www.youtube.com/watch?v=-AZFrSRUPu4
Esse vídeo foi a minha parte até aí no estúdio, enquanto as meninas (a "Honkie" Julia Mok e a holandesa Ellemieke van Vliet, duas das minhas melhores amigas por aqui) estavam trabalhando em uma outra opção pro nosso grupo. No final das contas nos juntamos criando um vídeo com uma história mais forte por trás, mas que eu não gostei tanto quanto esse, então acabei nem botando no youtube o nosso vídeo final, mas tivemos que criar tb 10 imagens estáticas pra apresentação final e aqui vão elas:
No fim das contas esse curso foi muito bom pra me deixar mais íntimo do Photoshop, uma ferramente que adoro e tenho usado cada vez mais. Um exemplo disso é um concurso no Brasil para a nova sede do IAB de Palmas, que entrei assim que acabou o semestre com a Juliana Canedo, e o Victor Andrade, dois grandes amigos, mais alguns amigos apresentados por eles em nossas reuniões via skype (O Victor tb estava longe, pois mora na Dinamarca, onde leciona ha alguns anos na Universidade de Alborg). Como o tempo era bem curto, usamos o máximo que pudemos pra conceber o projeto em si e as imagens finais foram criadas em 3 ou 4 dias, a partir de renders bem básicos, volumétricos que a Juliana fez com 3d StudioMax (eu tb fiz uma pequena parte em SketchUp) com um trabalho pesado de photoshop na pós produção, pra qual fiquei umas duas noites sem dormir, mas trabalhando feliz com o processo de montagem em photoshop. Embora não tenhamos ganho o concurso, gostei muito do resultado final do nosso projeto, bem como do processo de trabalhar com dois grandes amigos e outros novos amigos que fiz (Patricia Maya, Wagner Rufino e a Jacira Saavedra,que já conhecia, mas acabei tendo mais contato assim, com um oceano de distância!). O projeto completo pode ser visto no meu site (www.igordevetyemy.com.br), mas seguem já por aqui algumas imagens "antes e depois" do photoshop, só pra exemplificar esse processo que expliquei, onde uma imagem pode "ganhar vida":
Bom, mas esse semestre fiz ainda duas outras matérias no mestrado que me renderam momentos muito agradáveis e resultados muito interessantes! Uma foi a tese de história que todos temos que escrever. Meu tema foi a nova geração de arquitetos brasileiros, a pedido de um professor que ajudei um bocado no semestre passado, corrigindo alguns nomes e informações da apresentação que ele faz semestralmente sobre arquitetura brasileira. Na verdade ainda estou escrevendo, pois a entrega dessa tese é apenas em outubro. Nela conto relativamente por alto a história da arquitetura brasileira e, a partir de um momento na história em que os personagens ainda estão vivos e atuantes, a tese se transforma numa espécie de diálogo com alguns deles aos quais tenho acesso (Como o Indio da Costa, com quem trabalhei tantos anos) para os quais mandei entrevistas que estão voltando aos poucos cheias de coisas interessantíssimas. Acabei me empolgando (como em tudo o que mergulho de cabeça!) e mandei entrevistas também para alguns dos melhores professores que já tive (como a Flávia de Faria e os colegas que tivemos quando demos aula juntos no Fundão) e, claro, para alguns dos arquitetos dessa "nova geração" da qual estou falando, como o próprio Victor e Juliana que citei anteriormente, alguns dos mais talentosos que conheço, ambos de reconhecido sucesso já nessa idade. No fim das contas a tese está saindo melhor do que a encomenda e aquele professor (Hans van Dijk, respeitadíssimo por aqui) já está falando na possibilidade de publicar por aqui depois como um livro, caso em que com certeza eu faria todo o esforço pra traduzir pra português pra ser publicado também aí pelo Brasil.
Igor num livro!
E por falar m publicação, outro dia recebi a notícia de que acabou de se publicado em Londres um livro chamado "EXHIBIT DESIGN: The FUTURE", no qual meu trabalho aparece junto com um breve perfil meu! Fui entrevistado quase um ano atrás por esse autor (Georges Jacob) e o livro agora ficou pronto... E tá à venda na Amazon.com!
A minha foto ficou horrivel, mas meu perfil aparece juntinho do da Zaha Hadid, uma página antes! =) Tá na página 9, mas quando vc abre o preview eles não mostram todas as páginas, senão ninguém vai comprar o livro. Então eles aleatoriamente omitem algumas. Por isso, as vezes vc tem que fechar o explorer e clicar de novo no link pra ver se dá mais sorte dessa vez. Mais pra frente tem uma parte sobre a cidade do sexo (na época ele disse que seria de 7 páginas, mas não consegui achar procurando rapidamente no preview), de repente alguém consegue e me mostra porque o meu ainda não chegou! Hehehe! De qq forma, a capa do livro e a página com o meu perfil são esses aqui ao lado e acima.
Mas voltando à faculdade, a outra matéria que fiz semestre passado começou como uma coisa despretensiosa, por se tratar de um curso rápido, apenas de meio semestre, mas acabou que no final rendeu a semente do meu projeto final, ao qual estou me dedicando esse ano inteiro. O que aconteceu foi que eu acabei tirando a nota máxima que eles dão em Delft, que é 9,0. Eles dizem que 9,5 só pode tirar quem é gênio. Pra tirar 10, tem que ser "o novo Koolhaas", que eles consideram um patamar acima de "gênio"! Hahahaha! Mas na verdade essas notas nem interessam nada, pq que no fim das contas nem vão aparecer em lugar nenhum, o que aparece é apenas a nota do projeto final. O que interessa, nesse caso, é que eu mesmo adorei trabalhar com o tema que escolhi, relacionado à arquitetura "parasita", e teve novamente o Brasil cenário, e resolvi que gostaria de mergulhar mais a fundo no assunto e achei que era algo que merecia mais de um semestre de dedicação, motivo pelo qual não vou descrever o projeto em si em maiores detalhes, apenas depois que estiver mais desenvolvida... Quem sabe eu proponho um dia pro nosso Rio de Janeiro?
Projeto final do Mestrado
Mas no fim das contas acabei usando o mesmo tema mas escolhendo um contexto mais local, pra aproveitar o fato de que estou aqui e tenho acesso a dados, visitas e entrevistas com pessoas que eu não teria no Brasil. No fim das contas o study case que vai suportar a minha tese é o centro histórico de Amsterdam. Estou desenvolvendo essa primeira parte da pesquisa junto com a Virginia Scapinelli, minha melhor amiga daqui, da qual já falei nesse blog antes. Esse tipo de parceria pra primeira parte da pesquisa um método muito usado aqui. A idéia é que quando um grupo de estudantes tem "fascinações" similares, pode se juntar pra otimizar a pesquisa, indo mais a fundo nas coisas comuns ás pesquisas e depois desenvolver seu assunto em particular e projetos suporte (os study cases) em separado.
A nossa pesquisa não tinha bem um departamento em que pudesse se encaixar, então levamos a proposta pra um departamento criado por alunos 13 anos atrás, chamado "explore Lab", para casos assim. Tivemos que fazer uma entrevista porque na verdade é muito difícil de ser aceito por lá e acaba que a grande maioria dos participantes são holandeses, ao contrário de todos os outros departamentos. Acho que a concorrência se deve principalmente ao fato de que os dois principais líderes do departamento são dois professores muito "casca grossa", o Robert Nottrot, coordenador de projetos e John Heintz, coordenador de pesquisa. Estou amando os feedbacks deles, sempre muito profundos e úteis. Estamos num momento em que precisamos escolher agora entre todos os professores da faculdade (e essa é uma das vantagens desse departamento) nossos orientadores, que deverão ser 3 além desses coordenadores: Um para projeto, um para pesquisa e um para "bulding technology".
A nossa pesquisa não tinha bem um departamento em que pudesse se encaixar, então levamos a proposta pra um departamento criado por alunos 13 anos atrás, chamado "explore Lab", para casos assim. Tivemos que fazer uma entrevista porque na verdade é muito difícil de ser aceito por lá e acaba que a grande maioria dos participantes são holandeses, ao contrário de todos os outros departamentos. Acho que a concorrência se deve principalmente ao fato de que os dois principais líderes do departamento são dois professores muito "casca grossa", o Robert Nottrot, coordenador de projetos e John Heintz, coordenador de pesquisa. Estou amando os feedbacks deles, sempre muito profundos e úteis. Estamos num momento em que precisamos escolher agora entre todos os professores da faculdade (e essa é uma das vantagens desse departamento) nossos orientadores, que deverão ser 3 além desses coordenadores: Um para projeto, um para pesquisa e um para "bulding technology".
Mas enfim,já escrevi tudo sobre o processo da tese, mas ainda não escrevi o assunto! É que ele não é tão simples assim então vou tentar traduzir brevemente pro português e mostrar alguns dos slides que produzimos pra nossa entrevista pra sermos aceitos no departamento. A nossa pesquisa se baseia no fenômeno do crescimento da população urbana, que já vem sendo estudada massivamente com o marco do ano passado de pela primeira vez na história mais de 50% da população mundial viver em cidades. A resposta a isso pode se da paralelamente de duas formas: As cidades se expandem territorialmente e densificam, em maior ou menor grau caso a caso, mas sempre com consequências urbanas ao longo do processo. Tanto a expansão territorial quanto os movimentos e fluxos internos criados com as novas centralidades que se desenvolvem nesse processo de crescimento geram cicatrizes chamadas de "vazios urbanos" ("urban voids"), ou SLOAP (sigla pra "space left over after planning"). Além disso, a densificação levanta a necessidade de forjar espaço dentro do perímetro urbano pra abrigar tanto residências para todo esse novo contingente de pessoas quanto espaços públicos.
As respostas urbanas e arquitetônicas a esse fenômeno, em centros hipersaturados, tende a buscar esses vazios urbanos pra atender a essa demanda. Acontece que esses vazios urbanos estão espalhados anarquicamente pela cidade e em quantidade insignificante pra responder a uma urgência de escala urbana. A idéia da nossa pesquisa, então, é olhar para espaços que não constituem exatamente vazios urbanos, mas que estão disponíveis e espalhados igualmente por toda a cidade, o que chamamos de "potential surfaces and volumes", como telhados, fachadas cegas, sob pontes e viadutos.
Outro ponto importante na pesquisa é a simbiose entre esses "parasitas" e as estruturas existentes. Nossa idéia inicial era buscar uma arquitetura não parasitária, mas "mutualista", numa analogia ao termo da biologia que dá origem ao nome. Enquanto o primeiro descreve uma simbiose entre dois organismos onde um se beneficia às custas do outro, o segundo descreve uma relação mais frutífera, onde ambos os organismos se beneficiam da interação.
Acontece que nossa pesquisa nesses primeiros meses mostrou que esse termo "parasita" não é exatamente o mais preciso pra descrever essas relações, que muitas vezes, na maioria até, tem o objetivo de oferecer um retorno à estrutura existente. Nesse sentido, mergulhamos mais fundo no estudo de simbioses no campo original da biologia, estudando não só parasitismo e mutualismo, mas comensalismo, amensalismo, neutralismo, etc.
Aplicando os inputs da biologia, estamos elaborando um catálogo de relações "simbióticas" na arquitetura (e a Holanda é um paraíso de campo de estudo pra isso) pra entender quais "paybacks" os novos edifícios produzem para as "host buildings" e vice-versa e entender melhor quais ferramentas temos pra lidar com esse inevitável processo de densificação. Em resumo, o objetivo é explorar como podemos acomodar a cidade do futuro dentro da cidade atual.
Messe sentido, escolhemos um contexto extremamente complexo, para os case studies, de forma a poder absorver o máximo dos exemplos. O Centro de Amsterdam, com o tecido completamente congelado pelo genial sistema de canais construído no século XVII pra transporte dos reis dos mares (ver post antigo com esse tema!) e com as casas de canal amadas pelo mundo inteiro e que significam tanto pra história holandesa, é um dos lugares mais intocáveis do mundo. Além da questão do patrimônio, a área é adorada e conhecida por aqui como "the fingerprint of God" (marca digital de Deus)! Mas mesmo com essa "intocabilidade", esse ambiente urbano, como qualquer outro, precisa ter alternativas pra responder ao processo de densificação. E como case study pode nos prover feedbacks muito mais valiosos pra contextos mais simples.
Falando nos case studies, que agora acabamos de começar a desenvolver, a Virginia vai trabalhar com um "rooftop park" sobre os telhados de Amsterdam, incluindo ateliês/casas de artistas de um projeto da prefeitura chamado "Art factories", enquanto eu vou utilizar o espaço dentro dos "canalbanks", volume escondido atrás das paredes dos canais, embaixo das ruas. Acontece que o nível dos canais de Amsterdam costumava ser variável até 1931, quando eles construíram um dique gigante na entrada da bacia ao norte de Amsterdam (o Afsluitdijk, aproximadamente mesma extensão da ponte Rio-Niteroi) que fez com que o nível dos canais passasse a ser fixo e correspondente à antiga maré baixa. Com isso, esse volume escondido atrás das paredes dos canais, passou a ser um espaço utilizável pra responder ao fenômeno da densificação e ainda oferecer uma possibilidade de recuperar o link direto da cidade com a água, tão ligada à história e identidade holandesas. No programa, todo ao redor de uma antiga eclusa desativada, residências, restaurante, uma praça a céu aberto (num dos espaços não utilizados mais pelos canal boates por conta da desativação da eclusa) e um museu dos canais.
Mas enfim. É papo pra um ano de estudo. Aqui vão as imagens da nossa primeira apresentação (já um pouco ultrapassadas, mas com a ressalva de que é uma pesquisa em andamento, servem):
Bom... Fora isso tudo, teve ainda a viagem da minha mãe, avó e Padrasto pra cá, onde aproveitamos um jantar com as duas famílias no topo da Torre Euromaast pra anunciar nosso noivado, teve viagem de noivado pra Paris, onde compramos o anel, teve a viagem de férias pro Leste Europeu (Budapeste, Viena, Praga, Berlim)... Enfim! Impossível contar tudo com detalhes, mas o fato é que minha vida pessoal está como num conto de fadas e ano que vem serei um homem casado! Seguem algumas fotos de tudo isso...
Uma outra coisa super legal que rolou durante esses meses foi a viagem de estudos que organizei junto com a Nara pra 25 ex-alunos meus! Ela finalmente abriu a agência de viagens dela, o site tá no ar e lindo, visitem! www.magistour.com.br Eles ficaram num albergue dentro das casas-cubo aqui de Rotterdam, que já mostrei nesse blog, e visitaram 5 cidades, universidades, escritórios, museus... Foi uma delícia!
Lá no site da Nara tem informações da viagem que organizamos e da versão que está sendo organizada pra esse ano, mas seguem aqui já o videozinho da versnao 2011!:
Mas o melhor mesmo é o vídeo da viagem que passamos pros participantes no meu projetor na festa de despedida. Está no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=kRO3YckSGAo
Por último, como se já não bastasse, ainda fui nesse semestre trabalhar no Mecanoo, um dos escritórios que eu mais admiro e sempre admirei! O Escritório é incrível, com 100 arquitetos trabalhando, um espaço maravilhoso, uma estrutura impressionante e possibilidades de trabalhos enormes que dá muito gosto de fazer!
www.mecanoo.nl
Na primeira semana caí de cara num concurso-relâmpago de uma semana (na primeira fase, de porfólio, eles já tinham sido selecionados junto com mais um escritório, e a segunda fase era um estudo de uma semana). O resultado foi que em uma semana trabalhando com mais 3 arquitetos já fiz parte de um projeto vencedor de concurso e vamos construir uma sede de escritórios de um banco aqui da Holanda. Na semana seguinte comecei a trabalhar em outro concurso pro qual escritórios como o MvRdV já foram deixados pra trás... Embora com projeto já mais bem avançado nesse, eu e mais dois arquitetos tivemos que meio que começar de novo, dentro do espírito do que já foi feito, claro, um projeto enorme, pra sede da Côrte Suprema da Holanda, em Den Haag (Haia).
Enfim! Foi maravilhoso trabalhar esses meses lá, mexi ainda com o projeto da Estação central de Delft, que eu já conhecia e adorava antes de entrar lá, foi muito bom.
E o melhor de tudo é que na hora de discutir a renovação do meu contrato, como tive que pedir mais um dia livre por semana, já que 4 dias por semana em horário integral estava dose de levar junto com o mestrado, eles acabaram oferecendo que eu me concentrasse no próximo semestre só no meu projeto final e depois voltasse pro escritório, o que significa que já me formo por aqui com emprego. Na verdade é como se eu tivesse conseguido férias não pagas por 6 meses!
Mas não se preocupem, não é por muito tempo! Ficamos aqui no máximo mais um ano depois de terminar o mestrado. E vida que segue... No Brasil! Beijos com saudades de tudo e de todos por aí!
=)
As respostas urbanas e arquitetônicas a esse fenômeno, em centros hipersaturados, tende a buscar esses vazios urbanos pra atender a essa demanda. Acontece que esses vazios urbanos estão espalhados anarquicamente pela cidade e em quantidade insignificante pra responder a uma urgência de escala urbana. A idéia da nossa pesquisa, então, é olhar para espaços que não constituem exatamente vazios urbanos, mas que estão disponíveis e espalhados igualmente por toda a cidade, o que chamamos de "potential surfaces and volumes", como telhados, fachadas cegas, sob pontes e viadutos.
Outro ponto importante na pesquisa é a simbiose entre esses "parasitas" e as estruturas existentes. Nossa idéia inicial era buscar uma arquitetura não parasitária, mas "mutualista", numa analogia ao termo da biologia que dá origem ao nome. Enquanto o primeiro descreve uma simbiose entre dois organismos onde um se beneficia às custas do outro, o segundo descreve uma relação mais frutífera, onde ambos os organismos se beneficiam da interação.
Acontece que nossa pesquisa nesses primeiros meses mostrou que esse termo "parasita" não é exatamente o mais preciso pra descrever essas relações, que muitas vezes, na maioria até, tem o objetivo de oferecer um retorno à estrutura existente. Nesse sentido, mergulhamos mais fundo no estudo de simbioses no campo original da biologia, estudando não só parasitismo e mutualismo, mas comensalismo, amensalismo, neutralismo, etc.
Aplicando os inputs da biologia, estamos elaborando um catálogo de relações "simbióticas" na arquitetura (e a Holanda é um paraíso de campo de estudo pra isso) pra entender quais "paybacks" os novos edifícios produzem para as "host buildings" e vice-versa e entender melhor quais ferramentas temos pra lidar com esse inevitável processo de densificação. Em resumo, o objetivo é explorar como podemos acomodar a cidade do futuro dentro da cidade atual.
Messe sentido, escolhemos um contexto extremamente complexo, para os case studies, de forma a poder absorver o máximo dos exemplos. O Centro de Amsterdam, com o tecido completamente congelado pelo genial sistema de canais construído no século XVII pra transporte dos reis dos mares (ver post antigo com esse tema!) e com as casas de canal amadas pelo mundo inteiro e que significam tanto pra história holandesa, é um dos lugares mais intocáveis do mundo. Além da questão do patrimônio, a área é adorada e conhecida por aqui como "the fingerprint of God" (marca digital de Deus)! Mas mesmo com essa "intocabilidade", esse ambiente urbano, como qualquer outro, precisa ter alternativas pra responder ao processo de densificação. E como case study pode nos prover feedbacks muito mais valiosos pra contextos mais simples.
Falando nos case studies, que agora acabamos de começar a desenvolver, a Virginia vai trabalhar com um "rooftop park" sobre os telhados de Amsterdam, incluindo ateliês/casas de artistas de um projeto da prefeitura chamado "Art factories", enquanto eu vou utilizar o espaço dentro dos "canalbanks", volume escondido atrás das paredes dos canais, embaixo das ruas. Acontece que o nível dos canais de Amsterdam costumava ser variável até 1931, quando eles construíram um dique gigante na entrada da bacia ao norte de Amsterdam (o Afsluitdijk, aproximadamente mesma extensão da ponte Rio-Niteroi) que fez com que o nível dos canais passasse a ser fixo e correspondente à antiga maré baixa. Com isso, esse volume escondido atrás das paredes dos canais, passou a ser um espaço utilizável pra responder ao fenômeno da densificação e ainda oferecer uma possibilidade de recuperar o link direto da cidade com a água, tão ligada à história e identidade holandesas. No programa, todo ao redor de uma antiga eclusa desativada, residências, restaurante, uma praça a céu aberto (num dos espaços não utilizados mais pelos canal boates por conta da desativação da eclusa) e um museu dos canais.
Mas enfim. É papo pra um ano de estudo. Aqui vão as imagens da nossa primeira apresentação (já um pouco ultrapassadas, mas com a ressalva de que é uma pesquisa em andamento, servem):
Lá no site da Nara tem informações da viagem que organizamos e da versão que está sendo organizada pra esse ano, mas seguem aqui já o videozinho da versnao 2011!:
Mas o melhor mesmo é o vídeo da viagem que passamos pros participantes no meu projetor na festa de despedida. Está no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=kRO3YckSGAo
Por último, como se já não bastasse, ainda fui nesse semestre trabalhar no Mecanoo, um dos escritórios que eu mais admiro e sempre admirei! O Escritório é incrível, com 100 arquitetos trabalhando, um espaço maravilhoso, uma estrutura impressionante e possibilidades de trabalhos enormes que dá muito gosto de fazer!
www.mecanoo.nl
Na primeira semana caí de cara num concurso-relâmpago de uma semana (na primeira fase, de porfólio, eles já tinham sido selecionados junto com mais um escritório, e a segunda fase era um estudo de uma semana). O resultado foi que em uma semana trabalhando com mais 3 arquitetos já fiz parte de um projeto vencedor de concurso e vamos construir uma sede de escritórios de um banco aqui da Holanda. Na semana seguinte comecei a trabalhar em outro concurso pro qual escritórios como o MvRdV já foram deixados pra trás... Embora com projeto já mais bem avançado nesse, eu e mais dois arquitetos tivemos que meio que começar de novo, dentro do espírito do que já foi feito, claro, um projeto enorme, pra sede da Côrte Suprema da Holanda, em Den Haag (Haia).
Enfim! Foi maravilhoso trabalhar esses meses lá, mexi ainda com o projeto da Estação central de Delft, que eu já conhecia e adorava antes de entrar lá, foi muito bom.
E o melhor de tudo é que na hora de discutir a renovação do meu contrato, como tive que pedir mais um dia livre por semana, já que 4 dias por semana em horário integral estava dose de levar junto com o mestrado, eles acabaram oferecendo que eu me concentrasse no próximo semestre só no meu projeto final e depois voltasse pro escritório, o que significa que já me formo por aqui com emprego. Na verdade é como se eu tivesse conseguido férias não pagas por 6 meses!
Mas não se preocupem, não é por muito tempo! Ficamos aqui no máximo mais um ano depois de terminar o mestrado. E vida que segue... No Brasil! Beijos com saudades de tudo e de todos por aí!
=)
26 de janeiro de 2011
Nosso trabalho apresentado pelo Winny Maas pro Vice-Primeiro-Ministro da Holanda e pro parlamento Europeu!
Pois é, parece que a história dos meus projetos irem parar nas mãos dos políticos tá virando rotina... Hehehe! Apresentamos o vídeo final do estúdio ("Transformable architecture") e a recepção dele foi simplismente incrível! Acabamos fazendo um vídeo de 10 minutos que ficou muito bom pra quem nunca fez video nenhum na vida... Apresentamos praquela arquibancada laranja gigantesca, no maior telão que já vi na vida pra palestras assim, e o Winny Maas (ele mesmo) gostou tanto que está indo levar hoje o nosso vídeo pra apresentar numa reunião que vai ter com o Vice-primeiro-ministro da Holanda, que também é ministro da Economia, agricultura e inovação! Depois, semana que vem, ele vai levar o vídeo pra uma palestra que está indo fazer em Bruxelas pro Parlamento Europeu!
Tínhamos uma direção completamente diferente até o midterm, muito mais plausível, muito mais explicadinha, quando o Winny nos pediu "go extreme, go extreme!" naquele vídeo que já mostrei por aqui. Resultado, fomos realmente extreme, com muito menos compromisso com a realidade e montamos essa viagem de vídeo aí embaixo, seguido de alguns slides com explicações e números sobre o que estávamos mostrando no vídeo. Meus slides tb seguem depois do vídeo. Acabou que eu, que comecei o semestre num grupo que estava pesquisando na menor escala, da célula, apresentei no midterm o estudo que fiz para a escala do apartamento (tb já mostrado aqui) e acabei no final-term cuidando de toda a parte de urbanismo (a maioria trabalhou no final em duplas e eu acabei ficando com talvez a maior parte sozinho...) Mas adorei pela autonomia que me deu de expressar minha própria viagem dentro desse contexto louco do projeto
Estou botando o vídeo aqui embaixo, mas é tão louco que se vcs virem sem nenhuma explicação não vão entender nada. Então recomendo ler a explicação abaixo primeiro ou pelo menos as legendas dos slides explicativos da minha parte logo depois do vídeo. Precisei partir em dois porque estava muito grande. Não deixem de clicar no botão da direita abaixo do vídeo pra botá-lo grande, na tela inteira. A minha parte é a ultima do segundo vídeo, quando se abstrai o interior dos apartamentos começa a mostrar com funcionariam os espaços públicos através de um corte nessa massa gigantesca. Lá vão as duas metades do vídeo:
Atenção: Propriedade intelectual da "The Why Factory", produzido pela TU Delft e MvRdV sob a supervisão de Winny Maas, Ulf Hackauf e Jeronimo Mejia. Reprodução não autorizada!
(intelectual property of The Why Factory, Produced by TU Delft and MvRdV, with the supervision of Winny Maas, Ulf Hackauf and Jeronimo Mejia. No reproduction allowed!)
(intelectual property of The Why Factory, Produced by TU Delft and MvRdV, with the supervision of Winny Maas, Ulf Hackauf and Jeronimo Mejia. No reproduction allowed!)
Agora uma breve explicação:
Antes de mim os outros 10 vídeos (todos juntos nesses dois vídeos) explicam como a célula teria que se comportar pra permitir toda essa transformabilidade, depois como a pessoa conseguiria criar a mobilia, pia, chuveiro, janelas, etc; depois como as paredes do apartamento se transformam pra se adaptar ao uso, depois como é a negociação de espaço com os vizinhos, depois um pouco sobre circulação até chegar nessa escala da cidade, onde eu mostro como funciona o espaço público no meio dessa massa de apartamentos que não precisa de circulação em volta, já que a circulação só existe quando a pessoa está passando e criando essa bolha em volta dela. A ventilação e iluminação natural são criados por grandes vãos no meio dessa massa cada vez que alguém muda a configuração do espaço e uma nova necessidade é criada. Assim a cidade virou uma grande massa em torno da Terra toda, feita com esse material transformer (cujas propriedades tb são explicadas no início) no qual as pessoas abrem o espaço que quiserem e o configuram do jeito que quiserem. Bom, mais fácil explicar minha parte pelos slides que apesentei depois do vídeo (naquela foto lá no início do post)... Espero que todos consigam entender as legendas embaixo, pois elas explicam e resumem bem o que cada uma das minhas cenas mostra. Lá vai:
Antes de mim os outros 10 vídeos (todos juntos nesses dois vídeos) explicam como a célula teria que se comportar pra permitir toda essa transformabilidade, depois como a pessoa conseguiria criar a mobilia, pia, chuveiro, janelas, etc; depois como as paredes do apartamento se transformam pra se adaptar ao uso, depois como é a negociação de espaço com os vizinhos, depois um pouco sobre circulação até chegar nessa escala da cidade, onde eu mostro como funciona o espaço público no meio dessa massa de apartamentos que não precisa de circulação em volta, já que a circulação só existe quando a pessoa está passando e criando essa bolha em volta dela. A ventilação e iluminação natural são criados por grandes vãos no meio dessa massa cada vez que alguém muda a configuração do espaço e uma nova necessidade é criada. Assim a cidade virou uma grande massa em torno da Terra toda, feita com esse material transformer (cujas propriedades tb são explicadas no início) no qual as pessoas abrem o espaço que quiserem e o configuram do jeito que quiserem. Bom, mais fácil explicar minha parte pelos slides que apesentei depois do vídeo (naquela foto lá no início do post)... Espero que todos consigam entender as legendas embaixo, pois elas explicam e resumem bem o que cada uma das minhas cenas mostra. Lá vai:
Anteontem fiz minha última prova, De "Architectural design", acredito ter me saído bem, assim como na prova de história que fiz semana passada (na verdade na de história acho que me saí muito bem...) Tb uma das perguntas era sobre Niemeyer e arquitetura brasileira... Escrevi 3 páginas só sobre essa pergunta! E as outras eram sobre Alvar Aalto, Tony Garnier e uma meio em aberto que acabei escrevendo sobre Le Corbusier. No fim das contas gostei muito de estudar mais esses assuntos e os de Architectural Design (Stirling, Frank Lloyd Right, Lina Bo Bardi, Lucio Costa, os holandeses Rem Koolhaas, Berlage, Ungers, Kas Oosterhuis, Theo van Deosburg, além dos debates pós-guerra na Inglaterra sobre contexto, a "Accion culturélle" francesa, um debate sobre modernidade e seus efeitos no espaço público, etc...)Bom, e depois dessa apresentação, finalmente fériaaaas! De 5 dias, mas tudo bem! Hehehehe!
Agora começa o segundo semestre já na segunda que vem, por 3 semanas antes de parar pra um break de 1 semana na qual, como todos já sabem, eu vou pro Brasil!!!
E falando em Brasil, não posso deixar de mostrar lindas fotos da minha linda sobrinha e afilhada, que agora já tá com 17 dias! O Mihay fez um vídeo lindo sobre o nascimento com uma música que ele fez pra ela e com a minha mensagem na secretária eletrônica deles... Uma homenagem que me deixou muito emocionado e me fez me sentir presente com eles de uma maneira inimáginável... Depois conversei um tempão com eles no skype, acalmei a Valentina que parou de chorar e ficou ouvindo a minha voz... E fiz 72 "snapshots" em uma única ligação! Hahahaha! O vídeo tá no You tube (link abaixo) e os snapshots logo depois (ps: ninguém me convence de que ela não está sorrindo já em algumas das fotos!):
http://www.youtube.com/watch?v=2b6tQ79a26s
E meu próximo post já vai ser pra falar sobre minha aperdadíssima agenda dessa uma semana e meia no Brasil e convidá-los pros eventos em abertos a todos pra ninguém reclamar que não teve chance de me ver! Já adianto que entre os "eventos abertos" estão as duas ou três comemorações dos meus trintinha, às quais ninguém pode faltar!
Até lá então! Beijos!
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