23 de dezembro de 2010

Holanda: Histórias, verdades e mitos!

Esse é um post que quero escrever há muuuuito tempo! Venho colecionando histórias curiosas, coisas que descobri, mitos que se confirmaram ou que me revelaram minha completa ignorância, enfim... Muitas coisas sobre a Holanda que eu queria muito compartilhar mas ainda não tinha encontrado tempo... Então, agora que estou de férias, aqui vão algumas delas, claro baseadas apenas nessa minha curta, mas intensa experiência de 4 meses por aqui:


OS CANAIS


 
Os canais e suas histórias constituem provavelmente o assunto que mais me surpreendeu com o tamanho da minha ignorância... Antes de chegar aqui eu sequer sabia que eles eram todos artificiais! Mesmo com os canais de Amsterdam, os mais famosos de todos, tendo aquela forma de anéis em torno do centro da cidade tão obviamente planejados... Quanta ignorância!

Bom, mas na vedade em cada cidade os canais têm uma motivação e uma função um pouco diferente. Os de Amsterdam, por exemplo, é bem fácil de entender, eles foram criados para serem um meio de transporte super eficiente no país que era conhecido como "Rei dos mares" naquela que eles chamam de "Gouden eeuw" (era de ouro), no século 17, quando eles, dominando as trocas comerciais ao redor do mundo, eram o país mais rico e poderoso que existia. O sistema de canais explica ainda muito bem essa arquitetura tradicional da cidade, com os ganchos apoiados em roldanas no topo das casas pra içar as coisas que chegam por barco e entram pelas janelas até hoje, pois os lotes são os mais estreitos do mundo... Mas isso é outra história. Voltando aos canais, em outras cidades eles têm outras funções muito diferentes...


Em Freezeland, no Norte do país, ainda tem muitas cidades (Leewarden é um belíssimo exemplo!) com a configuração dos canais em forma de estrela, que era uma estratégia comum de defesa, uma espécie de fosso em torno da cidade com postos de defesa arranjados de tal forma que o mapa das cidades fica muito curioso... Mas o engraçado é que algumas delas já não tinham mais esses canais e os reconstruíram com o objetivo de atrair mais turistas, o que deu muito certo na maioria dos casos.





Aqui em Rotterdam, que é uma cidade de porto (o maior da Europa!) e por causa do acesso ao mar não precisa dos canais como meio de transporte, eles não são tão abundantes. Mas existem, com outras funções... Rotterdam, aliás, em tudo é um caso à parte, por causa do bombardeio da segunda Guerra que desconfigurou a cidade toda e abriu caminho pra uma Holanda totalmente diferente do resto do país. Ainda devo contar a história do trágico bombardeio e de como isso alterou tudo por aqui em um post futuro específico sobre Rotterdam. Mas no caso dos canais (essa foto mostra como eles são diferentes do resto do país, sempre meio parques... Os guarda-chuvas nesse caso eram por causa de um festival de rua que estava tendo), eles aqui, pós bombardeio, foram abertos com dois objetivos principais: paisagístico e, o mais interessante, controle do lençol freático. Como estamos abaixo do nível do mar (ler dois tópicos adiante!) o nível do lençol freático é sempre extremamente próximo à superfície, chegando nos casos mais profundos a não mais do que 1 ou no máximo 2 metros de profundidade! Por isso as fundações das construções antigas, em madeira, precisavam contar com esse contato com a água. Era uma maneira de evitar que a madeira secasse e se fragilizasse... Ok, não entendo muito como funciona, como a madeira não apodrece com o contato constante com a água, mas sei que é assim. Explicado e confirmado por alguns holandeses. Imagino que seja como as árvores de natal aqui, que são sempre de verdade e mesmo quando são apenas o tronco cortado, precisam ser regadas pra não murchar... Mas o curioso é que as novas construções têm fundações em concreto que, ao contrário desse caso, precisam se manter longe da água... Por isso os canais por aqui são tão importantes... São eles que controlam essa relação complicada entre novas e antigas fundações.

TULIPAS A PESO DE OURO!


As tulipas são um dos maiores símbolos da Holanda e hoje "seus risonhos lindos campos têm mais flores" do que a minha mente jamais ousou imaginar, mas originalmente elas eram vindas da Turquia no século XVII, nessa época em que os holandeses eram considerados os reis dos mares e eram o país mais rico do mundo. Naquela época o quilo da tulipa valia tanto quanto o do ouro e as pessoas trocavam uma tulipa por uma de suas casas (eles eram mesmo muito ricos!), só pelo status que ela oferecia! Essas imagens são de um email que minha linda amiga Nina me mandou aí do Brasil, dizendo que "os holandeses são os jardineiros do céu!" Mas ainda estou aguardando a primavera chegar pra ver essas maravilhas com meus próprios olhos! E o melhor, em março minha mãe e o João vão estar aqui pra ver comigo as primeiras "Sneeuwhlokje" ("Sinos de neve") despontarem da camada de gelo que ainda resta... Depois delas brotam as "Narcis" ("Narcisos", traduções do google tradutor pq eu infelizmente não entendo nada de flores!), as "Hyacinten" ("Jacintos"), as "Blauwe Dr" ("Dr. Azul") até, finalmente em abril, quando minha velha vó estiver por aqui me visitando, vou poder levá-la pra ver essas poderosas tulipas! Não vou deixar faltar pra nossa visita headphones pra podermos desfrutar desse prazer ouvindo o Chico cantar "...E de que modo sutil me derramou na camissa... TODAS AS FLORES DE ABRIL!"

 


















ABAIXO DO NÍVEL DO MAR (PAÍSES BAIXOS!!!)
+ MOINHOS DE VENTO!

Esse é provavelmente o assunto que mais intriga o mundo, como é que eles conseguem manter o país seguro abaixo do nível do mar... Mas pra eles o funcionamento dos diques é tão simples e intrínseco na sua cultura, que eles nem entendem porque isso nos intriga tanto.  Quando fui com a faculdade à Veneza (mais um assunto para um próximo post!) um colega holandês ficava reclamando indignado da situação da cidade, de estar afundando... Ele dizia "Pq eles não constroem alguns diques e acabam com isso? É tão simples, no século XVI já tínhamos resolvido esse problema!!!"...

Na semana de introdução da faculdade ,uma das palestrantes, discorrendo sobre relações inter-culturais, falou sobre como cada país escolhe os seus símbolos e isso não se dá à toa. Talvez o maior símbolo da Holanda sejam os moinhos de vento e isso mostra um fator muito importante da sua cultura e da sua vida que é a eterna luta contra o nível do mar. Os moinhos aqui, ao contrário da maioria dos países, não serviam primariamente pra moer o trigo ou pra gerar energia (como hoje muitos deles servem tb por aqui), mas sim pra transportar a água dos rios "mar acima". 



Hoje, espalhados por todos os lados, no meio das cidades ou em campos extensos repletos deles, viraram uma coisa muito mais turística, bem como se desenvolveram outras técnicas baseadas no mesmo princípio para gerar, por exemplo, energia, que é o próximo tópico:

ENERGIA LIMPA




Um tipo de moinho completamente diferente que se espalha cada vez mais por aqui é essa turbina de vento branca, bem mais delgada e com ares futuristas que é igual em toda parte do mundo. Eles acham horríveis e quase têm um troço quando me vêm fotografando um! Mas é parte de uma consciência ecológica que me agrada demais... Mas o engraçado é que isso muda alguns conceitos. Por exemplo, práticas eco-friendly já tradicionais mesmo pra nós, como o hábito de evitar desperdício de energia, aqui simplesmente não fazem sentido para os que usam energia limpa. Isso porque na hora de pedir fornecimento de energia pra companhia, vc pode escolher se quer energia limpa (um pouco mais cara) ou tradicional. Em boa parte do centro, onde o gás canalizado potencializou o incêncio pós bombardeio, hoje em dia não tem mais rede canalizada de gás. Então simplesmente é muito natural pra eles ter fogão elétrico, o que no Brasil é quase um crime por conta do consumo enorme de energia. Mas aqui não é um problema, pois quando vc se muda, vc pode optar por ter energia "100% limpa" pagando um pouquinho mais caro e quem mora nessa área, como o Arno, sempre opta por ter. Já tive algumas discussões por aqui, pq na verdade nunca vai ser 100% limpa, já que pra construir moinhos desses modernos, por exemplo, são utilizadas, "mineiradas" e transportadas toneladas de metal. Mas enfim! é uma diferença tão grande que eles nem têm muito essa mentalidade do racionamento como a primeira eco-atitude como nós temos.

RECICLAGEM

Outra coisa engraçada é a reciclagem aqui... Eles têm lixeiras específicas espalhadas pela cidade, mas eles só separam papel, vidro e "resto". O metal, alguém já me falou que eles tiram do lixo com máquinas enormes com imã. Aliás, tudo aqui é feito com máquinas gigantes. Pra lavar qualquer fachada lá está um mini tratorzinho levantando o funcionário. As próprias lixeiras, que são gigantes e têm a maior parte no subsolo, são levantadas inteiras por um caminhão de lixo gigante, içadas até estarem sobre o caminhão, quando abrem o seu fundo e o lixo todo cai. Mas enfim, voltando à reciclagem, o metal eles coletam assim, mas o plástico, que acho que é um dos materiais mais danosos à natureza, eles não coletam separado, pelo menos aqui em Rotterdam. Já ouvi tb que em outras cidades eles coletam. Ah, além dessas lixeironas, eles têm tb grandes caixas verdes onde você pode colocar roupa pra doar em algumas esquinas. O esquisito é que eles não aceitam livros... Deviam aceitar! outra coisa esquisita é que se a roupa está um pouquinho rasgada, ou mais velhinha, eles jogam fora não doam. A idéia por aqui é que vc só doa o que vc usaria se ainda coubesse em vc ou se vc já não tivesse enjoado daquela roupa. Mas se não está boa o suficiente pra vc usar, pq vc doaria?... É uma mentalidade bem diferente e acho que não seria sequer de bom tom no Brasil, onde muita gente daria graças a deus por ganhar um cobertor, ainda que não esteja em perfeito estado. Mas por outro lado dá pra entender a mentalidade deles... É tudo muito correto e isso gera algumas situações que irritam um pouco, mas o que é certeza é que tudo vai dar cempre certo no final pq é tudo 100% "perfeito" e dentro do esperado.

SINAIS DE TRÂNSITO

São um exemplo perfeito disso que acabei de escrever. Aqui os sinais de trâsito regulam uma cidade distribuída em uma trama perfeita de 4 layers, dois a mais que no Brasil: Pedestres, ciclistas, tram e carros. E os sinais que regulam isso tudo são, claro super trabalhados, cada um deles emite um som diferente pra deficientes visuais (um toc toc toc que vai mais lento quando o sinal dos pedestres está fechado e mais rápido quando é pra atravessar, um sino agudo e alto quando o tram está vindo, etc). Então o que acontece é que onde tem um cruzamento de duas vias importantes (sempre acompanhadas de faixas separadas para ciclistas) e ainda a passagem do tram, pra funcionar direitinho, tem vezes que o sinal fechja pra todo mundo e o pedestre, que ja estava esperando ha um tempo, fica ainda parado e irritado esperando passar o tempo em que algum carro ou ciclista ainda poderia estar terminando de passar... Mas funciona! 100%! Mesmo que a ppista esteja escorregadia e as velhinhas estejam andando como uma lesma pra não escorregar no gelo, funciona. É uma questão muito de respeito com todos...

CONSCIÊNCIA COLETIVA

Essa na vedade acho que é a maior diferença entre o Brasil e a Europa em geral, mas alguns países específicos, como aqui, na Alemanha, Inglaterra e países nórdicos principalente. Aqui ouvi uma história idêntica à uma que meu padrasto conta de quando ele trabalhava em Viena, se não me engano. Ele ia de carona todos os dias com um colega que era sempre um dos primeiros a chegar e sempre parava o carro na vaga mais distante, quando ainda tinha todas as vagas do estacionamento livres e poderia escolher uma muito melhor, perto da entrada. Um dia, perguntado pq sempre parava ali ele respondeu com espanto, tamanha obviedade da resposta: "Mas se todos fizermos isso, no dia que eu for o que está chegando atrasado, vou ter a vaga mais próxima à entrada livre, pra poder chegar mais rápido!" Incrível, que a primeira vez que ele me contou isso eu não conseguia nem imaginar qual seria a resposta e quando vc passa a ter esse pensamento coletivo realmente se torna a coisa mais óbvia do mundo. Assim, tudo aqui se baseia nisso. No restaurante da faculdade, por exemplo, self service, ninguém fica fiscalizando se vc foi ao caixa, lá no cantinho, pagar ou não. Se vc quisesse, simplesmente pegava a sua comida e saía. Ok, conheço alguns italianos e gregos que de vez em quando fazem isso... Mas aí eu acho que já é uma outra questão de uma cultura um pouco diferente. Eles só fazem isso quando o restaurante está lotado e eles acham um absurdo ficar esperando na fila por 10 minutos, então simplesmente decidem não pagar.

TRANSPORTE PÚBLICO

O transporte público, é outro exemplo, vc na verdade paga se quiser. 90% das vezes ninguém checa, mas as pessoas simplesmente têm a consciência de que vc está utilizando aquele serviço e vc tem que pagar, pra que a empresa possa continuar pagando os salários dos funcionários e oferecendo aquele tipoo de serviço... Bom, claro que o serviço tb é de outro nível, né? Os trens são extremamente pontuais, vc pode sempre ver o minuto exato em que ele estará na plataforma, pode ver imediatamente quando ele raramente atrasa 5 minutos, pedindo mil desculpas e avisando de imediato nas placas... Bom, isso é a visão de um brasileiro, pq eles aqui bem reclamam do serviço dos trens...
Outro dia, por causa da neve, os trens estavam todos com mil problemas, atrasando meia hora, correndo no trilho inverso fazendo todo mundo ter que trocar de plataforma e alguns inconvenientezinhos a mais... Um amigo holandês já começou a reclamar (afinal, reclamar é a coisa mais intrínsica dessa cultura! Eles adoram! Passatempo favorito.) Mas quando ele disse: "parece país de 3o mundo", eu virei pra ele e falei: "Ah, não! Não parece não! Pra começar país de 3o mundo nem tem trem! E os ônibus simplesmente nem avisam a que hora vão passar! Vc simplesmente vai pro ponto e fica esperando. Se tiver que esperar 5 minutos, ótimo, mas se tiver que esperar uma hora, vai esperar tb, pq é assim que as coisas (não) funcionam por lá!" Todo mundo riu e concordou impressionado com o fato de os ônibus não terem hora marcada com o minuto exato pra chegar no ponto, como tem em todo canto aqui na Europa. Mas o trem eles usam apenas para distância maiores, como as cidades vizinhas (que só são "cidades" pq eles querem, pq ficam a dez minutos de distância de trem). Na cidade o que se usa é tram (que eu quase não uso, só qdo vou pra outra cidade) ou bicicleta, a minha maior alegria por aqui!

BICICLETA

Fazia uns 10 anos que eu nem tinha mais bicicleta no Rio e vivia reclamando da minha rotina de passar horas do meu dia dentro de um carro dirigindo (principalmente na época em que eu morava em Laranjeiras, tinha escritório na Lapa e dava aula no Fundão e na Barra ao mesmo tempo!). Pois aqui redescobri a alegria que é poder se locomover de bicicleta! É o transporte mais saudável, gostoso, barato e ecológico possível! Isso é algo que vou tentar levar pro Brasil de volta... É claro que as condições aqui favorecem muito... Em primeiro lugar, as cidades têm uma escala e uma infra-estrutura que permitem ir de bicicleta em 20 minutos pra qq outro ponto da cidade. Elas são completamente irrigadas de ciclovias e estacionamentos de bicicleta em absolutamente qualquer esquina. Além disso, com esse friozinho gostoso (já já falo sobre isso) é fácil ir pra qq lugar e chegar sem nenhuma gota de suor! Mesmo assim, pretendo tentar levar esse hábito pro Brasil, ir morar na Urca e trabalhar em Ipanema, enfim... Dar um jeito de manter essa rotina deliciosa e saudável! Afinal, depois de uns 2 ou 3 anos lutando contra a balança, assim que cheguei aqui voltei a atingir meu peso ideal e voltei até a ter (acreditem!) abdomen tanquinho como quando eu tinha 17 anos, o que eu não esperava mais voltar a ter nessa vida! Mas voltando à bicicleta, outra coisa que despertava minha curiosidade é pq um povo que faz TUDO de bicicleta tinha a tradição de ter bicicletas tão esquisitas, com os freios no pedal, com o gidão curto e virado na outra direção... Mas bastou entrar um pouquinho nessa rotina, que entendi instantaneamente tudo, sem precisar perguntar pra ninguém!  Pq pra simplesmente andar de bicicleta, aquela a que estamos acostumados aí é muito melhor, mas justamente pra fazer tudo de bicicleta, são necessários alguns truques que te permitam guiar a bicicleta ao mesmo tempo em que fala ao celular ou bota as mãos no bolso por causa do frio, ou segura um guarda-chuva, ou uma sacola de supermercado, ou plantas novas pro apartamento, ou dois ou três filhos! Isso mesmo, a cena mais comum é ver um pai com um filho na frente, outro atrás e por vezes um terceiro num carrinho puxado pela bicicleta...
Enfim, pra permitir tudo isso, o guidão curto e virado na direção do ciclista é ruim pra guiar com duas mãos, mas pra guiar com uma só é muuuuito mais fácil do que o guidão normal... O mesmo em relação ao freio, sendo no pedal, vc pode estar ajeitando as luvas guiando sem mãos que o freio está garantido. Bom, pra ilustrar melhor esse tópico e como ele é presente em absolutamente todos os momentos da minha vida aqui resolvi fazer um filminho com a minha rotina sobre a bike (que com certeza minha mãe vai reclamar quando vir que guio a bike com uma mão só pra poder filmar), indo pra faculdade, saindo na night, viajando as vezes de Rotterdam pra Delft (+-50 minutos...) Não achei nenhuma música que pudesse ser relacionada ao tema, então resolvi aproveitar o momento pra divulgar o primeiro CD do meu irmão, maravilhoso por sinal, que acabou se sair do forno! O Cd não é só de samba, é mais mpb e "samba-rock", mas pra ficar mais animado botei duas musicas bem "Brasil", dois sambas dele que adoro e que estava ouvindo no headphone em várias das imagens que aparecem no vídeo! O Cd está sendo vendido a 20 Reais, quem quiser é só falar com meu irmão no email mihayfreire@gmail.com. Excelente pra quem esqueceu comprar presente de natal pra alguém, antes tarde do que nunca! Mais músicas e clipes no myspace dele: http://www.myspace.com/mihayfreire Bom, voltando ao assunto, lá vai o vídeozinho da "miha vida sobre duas rodas" que eu fiz:


Minha vida sobre duas rodas na Holanda ao som brasileiríssimo do Mihay parte 1
Minha vida sobre duas rodas na Holanda ao som brasileiríssimo do Mihay parte 2



O FRIIIIIIIIO!!!


 
Bom, todo mundo está me perguntando sobre o frio por causa das notícias que têm saído sobre a Europa aí no Brasil... Mas fiquem tranquilos! A Holanda não é um dos países mais frios da Europa. Fica até bem ao norte, mas não preciso falar nada da altitude né? É o país mais baixo do mundo! Abaixo do nível do mar! Assim, normalmente o inverno daqui tem poucos os dias com neve, quando tem. É verdade que o inverno desse ano é mais frio da história do país, mas ainda assim a temperatura mais baixa que peguei foi -7 (com sensação de -15 por causa do vento). Vamos ver o que acontece entre o natal e o ano novo, quando está previsto pra ter a semana mais fria da história (ou pelo menos desde que eles começaram a medir... Em mil oitocentos e alguma coisa!) Já está confirmado também que vamos ter um natal branquinho branquinho! É o segundo natal seguido, apesar de ter tido apenas 6 nos últimos 100 anos... Aliás, o que tem feito mais esse ano é nevado! E quando neva é pq está cheio de nuvens então o calor fica retido e as temperaturas não ficam tão baixas (tendo neve é garantia que a temperatura, se negativa, está muito próxima de zero.)



Claro que os holandeses reclamam muito do frio, se seu hobby favorito é reclamar, especificamente o assunto favorito é o tempo, mesmo quando ainda estava quente. Todo holandês que eu encontrava, mesmo quando ainda estava quente suficiente pra ir à praia, estava sempre reclamando do tempo. Mas sinceramente, eu acho que sou um dos que menos sente esse frio todo... As vezes tenho a impressão de que ainda associo a sensação de frio àquela de alivio de quando entramos no ar condicionado... Então, sempre que saio na rua (claro, sempre muito agasalhado) ainda penso sem querer "Ai, que ar condicionadozinho gostoso..." Isso sem contar que a atmosfera fica muito linda, tudo branquinho, crianças brincando de guerra de neve e gritando, as pessoas mesmo se cumprimentam mais, ficam com um sorriso no rosto... Só os blocos de concreto que, como pus outro dia no facebook, andam assustados com tanto frio! Hehehe:





 Outro dia, depois que minha mãe perguntou pq eu ainda não tinha feito, saímos todos aparamentados (Eu, Arno e Rob) pra fazer um boneco de neve profissional! Com cenoura no nariz, botões nos olhos... Tá, eu como sempre exagerei e emprestei meu chapéu, cachecol e luvas pro boneco! Pelo menos ficou lindo pras fotos, mas eu fiquei com tudo molhado...


Depois fomos tomar um chocolate quente e eu finalmente conheci o bar que foi eleito pelo "Lonely planet" como o melhor do mundo... E o pior é que é na esquina de casa, na Witte de Wittestraat, mas está sempre tão lotado que eu nunca tinha entrado lá. Enfim. Adoro o friozinho, pelo menos no meu primeiro inverno aqui enquanto ouço relatos desesperados de todos derretendo aí no Brasil!

COMIDA



 
Mais um mito desvendado! A minha amiga Lilian tinha me deixado com a pulga atrás da orelha quando me disse que por aqui parecia que eles só comiam larica e eu achei que era por causa de tantos coffe shops a cada esquina!... Mas na verdade é um duplo-mito. Primeiro porque os holandeses não frequentam os coffee shops. Alguém me disse (e outros contestaram) que 97% dos consumidores dos coffeeshops são estrangeiros (e é verdade que neles, mais do que em qq outro lugar, todos atemdem em inglês). E a comida, parece que eles só comem besteira, mas é só por causa de um hábito muito estranho pra nós de não ter uma refeição de verdade no almoço. Aqui a refeição mais importante mesmo é o jantar, onde eles comem comida quente de verdade. No almoço é só um sanduichinho, normalmente pão com queijo já está de bom tamanho. Ou pão com croquete! Isso mesmo, croquete aqui eles comem com pão! Aliás, falando em croquete, o da "Casa do Alemão", que é o melhor que temos aí não se compara ao croquete do buteco da esquina aqui! Os croquetes são divinos! Mas é por isso que os turistas têm essa impressão errada... pq no almoço eles só comem um sanduíche ou uma fritura básica (aqui, como na bélgica, eles tb são loucos por uma batata frita!). Mas no jantar em compensação, eles normalmente têm refeições excelentes! A maioria é constituída por uma base de purê de batatas com cenoura e outros legumes, e sempre algo por cima, uma salsicha, uma carne, de boi, de porco ou de frango, uns legumes... Tem também muita soupa... A de ervilha cheia de carnes dentro é super tradicional, mas acho que a que eu mais gosto é uma de vegetais com bolas de carne dentro.





















A LÍNGUA


Bom, o primeiro mito que caiu pra mim foi de que aqui todo mundo fala inglês... Em Amsterdam é muito verdade, muita gente só fala inglês, vive sem precisar aprender holandês, mas em Rotterdam, principalmente no primeiro lugar que eu morei, no norte, muita gente não fala. Bom, na verdade se vc perguntar, todos respondem que não falam ou que só falam um pouquinho, mas na verdade conseguem se virar muito bem. Então resolvi que realmente precisava aprender holand~es e me inscrevi no curso da faculdade, que não só é de graça, mas ainda conta crédito pro mestrado. Isso pq não queria entrar na fila de um ano do curso da prefeitura, que não só é de graça, ams eles ainda pagam pra vc aprender holandês!... Isso pq Rotterdam é a cidade que tem mais residentes estrangeiros (principalmente negros e muçulmanos) da Europa, e eles acham importante que todo esse contingente de pessoas aprenda a falar holandês, pra queRotterdam não chegue ao estado que Amsterdam está, em que algumas pessoas que trabalham em lojas do centro só falam inglês, o que obviamente irrita muto os holandeses. Mas depoois de um tempo no curso, entendi que o problema pra aprender holandês é exatamente o oposto do que eu pensava! Eu achava que as palavras eram mega diferentes e a estrutura é que não era tão louca quanto do alemão, mas é o oposto! A ordem das palavras na frase obedece a uma lógica incompreensível, enquanto as palavras na verdade são quase sempre muito parecidas com o inglês! Muito mesmo! Vou dar alguns exemplos de frases curtas em que eles parecem um jamaicano falando inglês, ou um brasileiro commuito sotaque ou as vezes um francês (já que eles têm o mesmo "u quase i" do francês):


- Wat de fuck is dat?


- Kom hier!


- Ik drink Water


- Goedemorgen! (com a diferença de que o "G" deles é como o nosso "RR", o que pra nós fica mais fácil, mas muitas línguas simplesmente não têm esse som). Entendendo essa pequena diferença, coisas como "God" ou "good" ficam facílimas, pois são "God" ("Rrrrrod") e "goed" ("rrrrrrud!")

Mas o mais engraçado mesmo é vê-los jogando futebol, Eu sempre começo a falar inglês com sotaque péssimo e todo mundo me entendo, pq as palavras são as mesmas! "Kick! Pass de bal! Hier! Hier Keaper!" É só mudar o sotaque, falar que nem um jamaicano e tomo mundo entende!


Mas enfim... Como eu já contei no post passado, o curso era meeeega puxado e não estava me deixando tempo pra estudar pro mestrado em si, então acabei largando e estou aprendendo na vida. O que funciona relativamente bem, pq todos que te vêm se esforçando pra aprender adoram e tentam ajudar, masi ou menos como o brasileiro faz com o gringo, ao contrário do francês ou do americano. Aliás, de fato vejo muita semelhança no povo holandês e brasileiro, mesmo com toda essa diferença cultural. Uma frase muito engraçada no supermercado ou em algumas lojas, é: "Vc quer o recibo?" que soa exatamento como "Viu, tudo bom?" mas na verdade é "Wilt u de bon?"


BUROCRACIA

Esse é um mito que eu nem conhecia, mas que é totalmente verdade e cria situações quase portuguesas! Na verdade faz parte um pouco do pensamento de "tudo tem que ser 100% certinho"... Mas o resultado é que quando querem te enviar uma cobrança, por exemplo, eles sempre enviam primeiro uma carta dizendo que vc está devendo algo. Depois outra carta dizendo que em breve enviarão uma 3a carta com a cobrança. Só então eles enviam finalmente a carta com a cobrança pra vc pagar. Quando vc se registra na prefeitura, dizendo onde vai morar, tem que pedir permissão pra tudo: pra estacionar o carro, pra ter cachorro... Pra isso paga-se uma taxa de cocô de cachorro! Uma vez eu quis perguntar uma informação na estação e fui à uma funcionária, respeitoso com o jeito deles de lidar com as coisas e falei: "Quero só fazer uma pergunta, posso perguntar a você ou tenho que entrar nessa fila enorme?" Ao que ela respondeu, claro, que eu tinha que entrar na fila. 20 minutos depois, quando chegou a minha vez, perguntei na boca do "caixa" o que tinha que perguntar e a moça respondeu, "pra isso vc precisa falar com aquela funcionária" - exatamente aquela a quem eu tinha recorrido primeiro!!! Outra vez tive uma reunião pra assinar o contrato do apartamento e aproveitei para falar sobre umas coisas que não estavam funcionando na casa. A mulher então falou "Ok, mas pra falar sobre isso vc precisa ligar pra agendar uma reunião", ao que eu perguntei, naturalmente, "tudo bem, então pra quem eu preciso ligar, com quem preciso ter essa reunião?" A resposta, claro... "Comigo!"... "Mas então não podemos falar agora?", "Não, vc precisa me ligar e marcamos uma reunião para falar sobre isso"... Quase peguei o celular e começei a ligar pra ela na cara dela! Hahahhaha! Mas tudo bem, eu vim disposto a entender e dançar conforme a música... Então respeito e me limito a admirar o lado bonito disso tudo, que é ver as coisas sempre funcionando perfeitamente... Confesso que até começo a pensar um pouco assim também! Mas prometo que é temporário, só enquanto eu estiver por aqui!

Mas pra fechar o post então, dois mapinhas pra situar melhor os que são tão ignorantes quanto eu era em relação a esse país. No segundo, marquei em vermelho as cidades que já visitei. Sobre algumas delas quero fazer um posts específicos futuramente!








Beijos a todos, um FELIZ NATAL E EXCELENTE ANO NOVO pra esse Brasilzão do qual sinto tantas saudades! Em Fevereiro estarei aí matando as saudades de todos! Até lá, curtam muita praia nesse recesso de fim de ano por mim que eu curto um genuíno white cristmas por vcs por aqui! Beijos a todos! Feliz nataaaaallllll!!!

10 de dezembro de 2010

Fim de período e produção até aqui!

Finalmente o período vai chegando no break final (de fim de ano)!

Que saudade de vocês todossss!! Muita coisa aconteceu nos dois meses seguintes ao meu último post por aqui... A faculdade de repente começou a me exigir muito mais do que eu tava preparado e principalmente por isso eu não consegui mais escrever por aqui... Cheguei a passar por uma crisezinha me achando um inútil, inseguro porque achava que não conseguia entender direito o que eles esperavam dos trabalhos, com dificuldade de entender o sistema, de descobrir onde pesquisar fontes, dificuldades com a língua (por mais fluente que fiquemos, é sempre difícil explicar coisas específicas, com termos tecnicos em uma lingua que não seja a nossa... Mas enfim, depois de um periodozinho um pouco estressado, começei a entender que estou vivendo coisas maravilhosas por aqui e não tenho nem o direito de continuar estressado... E, como o Arno ficou me ajudando a ver, todo começo é difícil mesmo... Difícil mas necessário! E com o período avançamdo fui começando agostar mais da forma que meus trabalhos foram tomando... E agora, com vários deles terminando antes do break de fim de ano estou bem satisfeito com o que produzi até aqui! Estou já praticamente de férias (de 2 semanas apenas!) que começam oficialmente no fim da semana que vem.

Por isso decidi me dar esse tempo hoje pra escever finalmente, mostrar alguns dos meus trabalhos por aqui e finalmente escrever um post que tô querendo ha meses já, que vou escrever logo à seguir: Holanda: Histórias, mitos e verdades!


Mas começando pelos meus trabalhos da faculdade, vou mostrar o poster resumo do meu trabalho de building technology, que foi um dos meus maiores causadores de stress e no final foi bem elogiado... Ainda não tive nota, mas meus colegas (metade dos quais abandonou a matéria e vai tentar de novo semestre que vem) ficaram bem impressionados, o que me deixou aliviado e orgulhoso, um bom retorno pras semanas que passei meio nervoso por causa dele! O resultado final foram dois books num formato de 30x30cm (um com a análise dos prédios que tínhamos que estudar e outro com a proposta para o re-design de uma parte de um deles). Além disso, um pôster A0 resumo, que é essa imagem que tô botando aqui embaixo:


Já vi que não vai dar pra ler nada, então vou copiar pelo menos a introdução do resumo aqui:

"The intention of this proposal is to enhance the efficiency of BK-City's Zuid Serre south facade to prevent the weather from outside both in summer and winter. The preliminary research with 2 given buildings (Westraven and BK-City) was based on the following "Research question": How do the glass facade skins work on each presented building and how efficient are they in terms of bringing climate comfort to the buildings?The proposal to the chosen BK-City facade intends to absorb one of the strategies used at Westraven to protect internal climate from the winter weather. By the same time the intention is to combine it with the strategy used by Le Corbusier to protect the huge glass facade of the Brazilian Ministry of Education and Culture (MEC),from the summer of Rio de Janeiro, which was the chosen 3rd building for the research.
These intentions led to a proposal of a hybrid system that can work in winter like the entrance hall of the Westraven, as a second skin made by air cushions, and in summer, like the north facade of MEC, as a "brise soleil" to avoid the summer extra incidence of sun. Although, in order to perform this movement, the material of these air cushions needs to be different from Westraven. Instead of using the ETFE, this proposal uses another kind of plastic, PVC, made of recycled plastic, because it can be rigid, what ETFE cannot be. Another important difference is that here there is no interest in keeping a completely transparent air inside the cushions, once the over-light is another problem to be solved by this proposal. Some light effects are also welcome and can be reached with some steam. In that sense, instead of keeping constantly pumped dry air, stable air will be used to become semi-opaque and work like a filter for the natural light and like a base to reveal artificial light effects."



Bom, fora Building technology eu tava tb bem estressado com as aulas de holandês, que começaram legais, mas o curso era extremamente puxado, exigindo uma carga de estudo de 2 horas por dia que não estava me deixando me dedicar ao mestrado... Por isso tive que largar por agora, mas estou aprendendo no dia-a-dia mesmo, com a base que consegui aprender nas primeiras semanas do curso... Na verdade a língua é exatamente o oposto do eu eu esperava, as palavras são bem simples, quase sempre muito parecidas com o inglês, mas a estrutura da frase é muito louca! Vou contar mais sobre a língua no próximo post.

O estúdio, da "The Why Factory" (T?F), parou durante um mês pra fazermos um projeto relâmpago, tb em um grupo grande (9, no estudio são 11). Normalmente eles forneceriam passagem para todos os alunos irem fazer esse estudio em um lugar específico, mas como a faculdade vem gastando muita grana do governo nos últimos anos, eles cortaram uma parte enorme da verba esse ano e os alunos que se dispuseram a pagar por conta própria foram fazer um workshop em Beijim ou outro em Jacarta. Quem ficou em Delft, meu caso, fez um workshop sobre condições extremas, que se chama "The Luxury of the North". Os workshops e estúdios mudam a cada semestre, é sempre uma coisa única. Nesse workshop a gente teve que criar uma cidade que não apenas permitisse sobreviver no polo norte, mas fazer isso com um estilo de vida luxuoso!

O workshop foi feito em parceria com a "Droog design" uma empresa gigante aqui, uma das maiores da holanda, de móveis de design. É um dos escritórios mais famosos da Europa. Uma estratégia que eles adotaram um ano atrás é ir pra um contexto muito louco e buscar inspirações pra design de objetos e móveis que possam ser usados em qualquer lugar. Esse ano eles escolheram o polo Norte, foram visitar as poucas comunidades que vivem lá, de uma maneira muito louca, quase hibernando no inverno e saindo pra caçar no verão sem voltar pra casa durante 5 ou 6 dias, sem dormir e tal... Crianças brincando na "rua" por 42 horas seguidas e achando isso normal... No verão eles comem tudo o que aguentarem, e normalmente cru e sem mastigar pra fazer a digestão durar mais e ficar comendo quase nada no inverno, quando quase não existe comida. Essas cidades são completamente insustentáveis, totalmente subsidiadas pelo governo (canadense), vivem uma rotina muito louca e só têm contato com o mundo externo uma vez por ano, quando um navio chega (pois o gelo está derretido) trazendo tudo o que eles vão precisar naquele ano (eles sempre precisam ter uma lista muito precisa!) Enfim, esse era o contexto e a T?F se juntou a eles pra fazermos esse workshop. O resultado vai pra uma exposição no Canadá ano que vem. Nós tivemos que pensar primeiro em tudo que precísaríamso levar no navio pra inventar essa cidade e o que conseguiríamos no final produzir lá e exportar pro mundo. Mas o louco é que a parte de arquitetura e urbanismo era só um detalhe, pq tínhamos que pensar na cidade como um todo, em roupas, objetos, estilo de vida luxuoso, comida, energia, tudo! Bom, meu grupo, considerando esse problema de só ter o navio uma vez por ano, resolveu fazer uma cidade totalmente sustentável e usando apenas os parquíssimos recursos de lá: Gelo e o lixo produzido pelas comunidades que já existem lá (o que aliás, é um problema, pq eles não têm aonde jogar esse lixo e transporta-lo seria muito caro... Então tem vários lixões no meio do gelo!). Bom, na verdade essa parte da conceituação da cidade, dos prédios e de como funcionaria tudo foi a parte que eu fiquei mais responsável... Vou colocar as imagens de alguns dos slides aqui embaixo, os primeiros 8 foram mais a minha parte. Ah! E a parte de vestuário tb, o Arno, que é estilista, me ajudou a desenhar os modelitos! Hahaha! Outra coisa é que esse output deveria ser no formato de um "guia" de como viver nessa cidade hipotética, sempre com um tom meio engraçadinho e com coisas absurdas, não precisava ter muita proximidade com a realidade não! Lá vão algumas páginas:



























Muito louco, né? Pois é, mas o estudio da T?F em si, o tal do "Trasnformer architecture" é que vem tomando um tom mais louco ainda... Até a apresentação do midterm eu vinha muito empolgado com o que vínhamos pesquisando e criando... Coisas muito loucas, mas todas bem explicadas, plausíveis, minha parte (que era um apartamento pra uma pessoa sozinha, com "fixed envelope" ou seja, só as coisas se transformando por dentro, mas o apartamento não crescendo) era algo que dava até pra ser construído com tecnologia existente agora. Vou colocar uma video aqui passando a apresentação muito rapidamente, só algumas partes da introdução e o "meu" apartamento, sem muita explicação, só pra vcs terem uma idéia, pq acho que é relativamente bem auto-explicativo:





Mas no midterm, numa review com o Winny Maas e um outro arquiteto, o Winny muito empolgado e empolgante, convenceu a todo mundo que tínhamos que ir mais "extreme", que não precisávamos explicar tanto o funcionamento, devíamos simplesmente assumir que daqui a X anos teremos uma tecnologia tal, que vai responder a tudo o que precisamos pra fazer dessa cidade transformer a mais radical possível... Aqui vai um vídeo do Winny falando conosco no nosso midterm:



Bom, com isso o projeto está agora ganhando ares mais poéticos do que arquitetônicos... Aqui vai um videozinho de 45 segundos que tive que produzir na primeira semana depois da volta do workshop. É o novo apartamento pra 4 pessoas, tentando fazer com que a arquitetura envolva exatamente o espaço necessário pra atividade que a pessoa está fazendo naquele momento. O resultado final vai ser um video com um dia dessa familia nessa cidade transformer, e eu fiquei responsavel por esse horário em que eles acordam, tomam banho, se arrumam e vão sentar á mesa pro café da manhã. A próxima pessoa está aumentando o zoom durante o café da manhã pra mostrar como essa membrana funciona e como as células dela se abrem pra passagem da água pra fazer o chá, como elas provisionam energia pra esquentar o pão, enfim... Depois o próximo pega o transporte, a caminhada na rua, as lojas, escritórios, até chegar na escala mais da cidade, de como ela reage à chuva, como os prédios se rearranjam pra criar um espaço público só quando ele é necessário (no nosso caso um show de uma banda), como os equipamentos de emergência, escadas de incêndio, por exemplo, surgem apenas quando necessárias, etc etc etc. Enfim! Lá vai uma semana da minha parte nessa nova viagem:







Agora, depois desse break de fim de ano vamos mergulhar fundo nessa viagem por mais 3 semanas, quando acaba o período e o próximo começa já imediatamente. Aí, temos 3 semanas de aula e paramos por mais uma semana! Incompreensível, mas... Muito bom por um lado, pois nessa semana e esticando mais meia semana... Eu vou viajar pro Brasil pra visitar vcs! Só vou poder ficar uma semana e meia, mas vai ser o suficiente pra ver minha sobrinha Valentina que nasce em janeiro (PARABÉNS MIHAY E ANINHA!!!) e pra... COMEMORAR MEUS TRINTINHA COM VCS! Podem ir se preparando pq ninguém vai ter desculpa pra não me ver! Já estou com tudo planejado. Nada confirmado ainda, mas provavelmente vai ser: dia 26 de fevereiro, sábado, churrasco em Itaipava (ainda não sei exatamente aonde, mas quero ver no fim de semana os babies por lá), domingo 27 de fevereiro: Feijoada, provavelmente no Lagoinha (minha mãe está tentando pra mim) e virada do aniversário no Zero zero, na festa que a Dani produz por lá e pra mim é a melhor do RIo, talvez a única que eu sinto saudades... Segunda feira, 28 mesmo devo passar com as familias! =)

Bom, vou ficando por aqui pra tentar escrever ainda o próximo post que imagino que vai ser enorme como esse. Aliás, já nem o garanto mais pra hoje! Beijos!!!