16 de agosto de 2010

PARIS


Chegando a Paris com a minha vida nas costas peguei um “RER” até a Gare du Nord, mesmo lugar por onde cheguei na primeira vez que fui à cidade. De lá peguei um táxi até chateau rouge, apenas duas estações de metrô adiante, o que fazia com que as infinitas subidas e descidas do gigantesco metrô de Paris não valessem à pena. Fiquei hospedado no apartamento do meu amigo Théo, que já se hospedou na minha casa com mais 7(!) franceses 5 anos atrás, por um mês até decidir voltar pra França, pegar suas coisas e ir morar no Brasil... Dessa vez ele estava viajando, como todos os amigos que tenho em Paris, e aliás como todos os parisienses, que jamais dão as caras por lá nessa época de verão. O resultado é que o Théo deixou as chaves pra mim e foi sozinho que acabei descobrindo que estava aos pés de Montmartre, a uma escadaria de distância da Sacré Cœur, com sua vista “incomparable” de Paris.



E assim fiquei visitando nos dois dias seguintes os poucos pontos turísticos essenciais que ainda não tinha conseguido visitar nas 3 vezes anteriores que estive em Paris. Inacreditavelmente ainda havia alguns, pois Paris uma infinidade de “must-see’s” além de sempre ter coisas novas, como o excelente museu Quai Branly, que ainda não existia na época da minha última visita, em 2005. Depois desses primeiros 3 dias, minha grande amiga Virginie, que é de Lyon, mas mora em Ancy, além de já ter morado comigo no Brasil, chegou para passar comigo meus outros 5 dias em Paris.

Sem o compromisso das viagens turísticas que acabam virando um amontoado de compromissos imperdíveis, tive a chance de conhecer Paris da forma mais perfeita que existe (como minha mãe já tinha me falado várias vezes) que é caminhando sem compromissos e ininterruptamente pelas ruas cheias de história. Realmente é incomparável! Primeiro porque pra cada lado que você olha, de fato tem algo interessantíssimo pra ver. E segundo porque a cidade fica muito mais charmosa, é um meio de atingir um tempo todo particular de Paris que só quem caminha por ela pode entender. No mais impecável desses passeios fomos à Promenade Plantée, que eu sempre quis conhecer e nunca consegui. Descobri que eu tinha toda razão de ficar frustrado por nunca conseguir ter ido lá... É uma das coisas mais lindas que já vi na minha vida... E a sensação enquanto se caminha por ela... É indescritível. Pra quem não conhece, é uma idéia muito próxima à do Highline park de NY. É uma antiga linha de trem, ou metrô, desativada, que foi toda transformada em um passeio com um belíssimo projeto paisagístico, cheio de particularidades específicas em cada parte, desde os pequenos túneis, passando pelas partes térreas até as partes que são sobre viadutos (a maior parte e a mais bonita também) No final, sem pressa, ainda pudemos descer para ver as lindas lojas que ficam sob os arcos do viaduto e terminar a caminhada na ferveção da Bastille, com sua Opera (desculpem os admiradores, horrorosa, parecendo um projeto do Mario Botta, só que com um péssimo gosto para materiais, que pra mim acaba sendo o que salva o trabalho dele. Apesar disso, já fiz uma vez a visita guiada e sei que nesse caso, o que salva a obra – que não é dele! - é o interior). Continuando caminhando pela Bastille descobrimos uma pequena viela chamada Rue de Lappe, que afinal de contas se assemelha muito ás ruas da Lapa! Lá sentamos em um bar para tomar um copo (como eles dizem sempre aqui) enquanto esperávamos uma amiga da Virginie. Nessa espera, conhecemos um senhor extremamente simpático, Catalão, que mora na rua há 42 anos e essa conversa (em francês falado beeeeem lentement!), as cervejas de barriga vazia e as excelentes companhias me colocaram num estado de graça! Que tarde agradável! Pra completar, depois que a Florian (mesmo nome do meu grande amigo alemão, homem!) chegou, ainda caminhamos mais um pouco pra tropeçar de cara simplesmente com Place de Voges, que dispensa comentários, um lugar mágico. Seguimos, compramos cerveja e comida japonesa pra viagem e pegamos um metro até o canal de San Martin, onde fizemos um pic nic e encontramos mais uma amiga dela... Ou seja, uma tarde impecável!

Depois o Théo chegou com a namorada e também fizemos alguns programas legais, como o sempre imperdível museu Centre Georges Pompidou, ou, pros mais íntimos, simplesmente “Beauburg”.


Acabei quase não saindo à noite em Paris, com exceção de uma noite que fomos a um circo na La Villette e outra que fomos a um show em praça pública no Hotel de Ville. Saindo desse show me levaram ainda para uma boate e, quando eu entro... É a única que eu já conhecia em Paris! Onde fizeram minha despedida na vez que passei um mês por aqui! Mas tudo bem, pois o lugar é ótimo! Chama-se Nouveau Casino.




Meu último dia foi mais arrumando malas, resolvendo algumas coisas de trabalho do Brasil, terminando de preparar e mandando o presente dos meus afilhados, que fiz durante várias madrugadas viradas em Paris. Ficou lindo! E muito emocionante... Chorei demais, cada vez que fui me deitar com o sol já nascendo em Paris. Ei-lo:

Parte 1:


Parte 2:

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