17 de agosto de 2010

ROTTERDAM – MY NEW HOME!!!

Saindo de Paris, malas com toda a minha vida nas costas, peguei o trem pra Rotterdam. No trem, além de dormir o pouco que não dormi à noite, comecei a ler uma versão bem antiga em inglês do “The catcher in the Rye” pra ir me acostumado a viver em inglês até aprender holandês, o que deve demorar um bocado... Vai ser engraçado ler o livro vivendo um paralelo das aventuras dele com as minhas, já “um pouquinho” mais maduro também em terra estranha.










A chegada a Rotterdam simplesmente não poderia ter sido melhor! Me senti muuuuito em casa! Já estou absolutamente apaixonado pela minha nova cidade!!! Pela minha nova casa, pelos novos amigos (em apenas um dia já tenho vários!)... Simplesmente acho que não teria como me sentir mais em casa em nenhum outro lugar do mundo!

Saltando do trem, todo atolado com um total de cinqüenta e poucos quilos em 2 malas e 2 mochilas, simplesmente fui recebido na porta do trem por aquele que já tenho certeza que vai ser meu melhor amigo pelos próximos anos... Como eu disse pra ele, “a perfect dutch version of me!” Estavam na porta ele, a namorada (Eve) e um amigo dele (Romeo)

 

Trata-se do Daan van Munster, um cara incrível que conheci cerca de um mês atrás no Brasil, país pelo qual ele é apaixonado, pro qual já foi umas 4 vezes. Andando à noite pela praia de Ipanema, ouvi ele conversando com outro novo amigo holandês, o Peter, e perguntei se era holandês que eles estavam falando. Eles ficaram muito felizes com a pergunta, já que todo mundo costuma perguntar se é alemão e eles, por vários motivos que vão de guerras antigas a finais de copa do mundo, odeiam alemão! Conversamos um bocado e dei meu cartão pra eles me procurarem. Isso foi a senha para passarmos 2 semanas excelentes no Brasil, fazendo programas turísticos (eles conhecendo alguma coisa além da praia que eles tinham ido todos os dias anteriores e eu me despedindo do Brasil). Ajudei um bocado com reservas de hotéis em Ouro Preto, levando-os ao aeroporto de supetão (pois o táxi que tinham combinado não apareceu), levando-os à Lapa, dando dicas sobre o Maracanã (Eles foram ver o empate entre Flamengo e Vasco), sobre a “Favela Funk Party” ( o famoso baile funk!) que o hostel arranjou pra eles irem, etc, etc, etc. O Hostel ficava na esquina da minha casa e de vez enquando eu passava lá e os levava pra casa pra darmos uma calibrada antes de sair pros lugares. Uma vez, bêbado, deixei ele (que estava menos bêbado) dirigir meu carro e ele amou dirigir no Rio, principalmente porque estava sem a driver’s license que ele na hora me disse que estava. Outra vez, indo para uma festa na cobertura da Beth, mais pra mostrar a cobertura e a obra que eu fiz por lá do que pela festa em si, estávamos em 6 no carro (Eu Márcio, eles 2 e outros 2 holandeses que estavam no mesmo hostel), passamos por uma blitz da lei seca... Eu meio sem saber o que fazer, ele se ofereceu pra pular do carro numa hora em que “os omi” não estivessem olhando e executou perfeitamente seu plano, com uma malandragem difícil de se achar em um não-carioca. Andou ao lado do carro até passarmos pela blitz e depois entrou de volta. Muito safo! Eu não imaginaria ninguém além de mim tendo malandragem suficiente pra fazer isso de um jeito tão perfeito como ele fez!
 
Enfim, já no Brasil viramos grandes amigos e ele me pediu para avisar quando eu chegaria, para me buscar na train station. E assim o fez. Eu chegando cansado e cheio de malas ele me recebeu na porta com a Eve e o Romeo, já com um produto bem típico holandês na mão (se é que vcs me entendem) pra eu ter uma rápida aclimatação à cultura local...

Perguntou se eu tinha trazido minha “magic Box” (caixinha linda que ganhei da Dona Regina Brasil, onde guardava minhas ferramentas de relaxamento) e quando eu respondi triste que não coubera nas malas, ele simplesmente tirou da mochila minha nova magic Box, já com todo o material dentro, igualzinho, e com um pacotinho da tal da White Widow que eu já dissera que estava louco pra conhecer...
Recepção mais perfeita... Impossivel? Até aí não foi nada! Fomos de carro até o escritório do meu novo senhorio, buscar as chaves de casa, depois me trouxeram ainda pra casa, me ajudaram a subir com as malas e quando chegamos vimos que o quarto estava sem nenhuma mobília... Ele rapidamente disse: “Acho que posso arrumar uns móveis pra vc... Na verdade podemos fazer isso agora”, ao que os outros dois riram, pois eles tinham um trem pra pegar em pouco tempo.

Mas ele, totalmente ao estilo “Igor” disse: “Não, é sério, acho que dá tempo sim”. Ligou pra mãe, pro pai e falou “Vamos”! Entramos todos no carro e simplesmente fomos a outra cidade, onde ele mora (uns 25 minutos de carro), passamos na LINDA casa dos pais dele, com um jardinzinho de fundos com churrasqueira, gramadinho e uma canoa no riozinho de trás, com um telhado todo modernoso, em onda, debaixo do qual fica o antigo quarto dele, no sótão, e pegamos travesseiros, lençóis e um carro maior. Saindo de lá, fomos ainda a mais uma cidade próxima, onde o pai dele tem um “Restaurante-boate-galeria-clube de tênis” lindo, no meio de uma “floresta no meio da cidade”, almoçamos e fomos ao sótão buscar móveis pra mim... Pegamos uma mesa, duas cadeiras, um colchão... E ele simplesmente disse: “É seu”! Incrível! Muito “Igor”!!! Ainda voltamos pra Rotterdam e ele me ajudou a subir a mesa pela janela antes de se despedir pra ir com a Eve pra estação de trem e viajar com ela por 2 dias (viagem que ele adiou para estar aqui quando eu chegasse). Ou seja, simplesmente... A melhor recepção e o melhor amigo que eu poderia sonhar em ter. Ou nem sonhar poderia.


Depois disso saí pra comprar um adaptador pra tomada do meu computador e descobri que é uma certa lenda essa história de todo mundo na rua falar inglês... Pelo menos aqui em Roterdam, conversei com 3 holandeses e nenhum deles falava inglês. Tive que usar minhas 3 ou 4 frases de holandês e muita mímica pra me comunicar com dois deles e meu francês semi-macarrônico pra conversar com o outro, que finalmente conseguiu me vender uma tomada nova pro meu computador.

Na volta, andando entre os parques, rios e lago que rodeiam minha nova casa e ouvindo uma musica que meu irmão fez pra sua filhinha Valentina (que ainda está na barriga da minha cunhadinha Ana), simplesmente chorei de emoção e alegria por estar me sentindo tão em casa, por ter sido tão bem recebido aqui e por estar num lugar tão incrível... Totalmente não cabendo em mim... É indescritível como me senti feliz e completo naquele momento.

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